A China revelou novas e amplas restrições às exportações de terras raras e outros materiais críticos, enquanto Pequim tenta reforçar sua influência na guerra comercial contra os Estados Unidos antes de uma reunião decisiva entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping neste mês.

Exportadores estrangeiros de terras raras que usam até mesmo pequenas quantidades de materiais da China agora precisarão de uma licença de exportação, informou o Ministério do Comércio em comunicado nesta quinta-feira (9), alegando motivos de segurança nacional.

Certos equipamentos e tecnologias para processamento de terras raras e fabricação de ímãs também estarão sujeitos aos controles, de acordo com outro comunicado.

Embora não esteja claro como Pequim planeja aplicar as regras abrangentes, a medida marca uma escalada na campanha da China para exercer controles extraterritoriais sobre as terras raras do país.

As restrições refletem o próprio regime de exportação de Washington, que proíbe empresas chinesas de acessar chips de ponta e as ferramentas para fabricá-los.

O ministério anunciou posteriormente planos para expandir os controles de exportação para uma série de novos produtos em medidas que serão aplicadas a partir de 8 de novembro.

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Os itens mais afetados incluem cinco terras raras específicas: hólmio, európio, itérbio, túlio, érbio.

Há ainda certas baterias de íons de lítio, ânodos de grafite e diamantes sintéticos, bem como alguns equipamentos para fabricar esses materiais.

As medidas ocorrem no momento em que os presidentes dos EUA e da China devem se reunir em uma cúpula na Coreia do Sul para fechar um acordo comercial entre as maiores economias do mundo.

Pequim acena com um pacote de investimentos nas negociações, disseram anteriormente fontes familiarizadas com o assunto.

A China tem usado seu controle sobre terras raras — que representa cerca de 70% da oferta global — como instrumento de pressão nas negociações.

Os minerais têm uma gama de aplicações que os tornam vitais para indústrias de alta tecnologia, incluindo semicondutores e automóveis, bem como para o setor militar. Pequim também tem contido as compras de soja dos EUA nos últimos meses, em busca de fortalecer sua posição.

“Isto é para elevar as apostas e demonstrar que a China tem influência e cartas para jogar”, disse Dylan Loh, professor associado da Universidade Tecnológica de Nanyang. “Isso é feito para colocá-los na posição mais forte possível nas negociações comerciais com os EUA.”

Se aplicadas, as novas restrições podem frustrar os esforços do governo Trump — e de governos da Europa à Austrália — para se livrarem dos ímãs de Pequim construindo suas próprias cadeias de suprimentos, que ainda dependem, em grande parte, de matérias-primas e processamento chineses.

Pequim também parece ter como alvo o setor de semicondutores dos EUA com suas últimas restrições, e afirma que alguns itens de terras raras usados para pesquisas e desenvolvimento de certos chips de computador serão agora analisados caso a caso.

As exportações de terras raras para pesquisas de inteligência artificial que possam ter aplicação militar serão igualmente afetadas, informou o Ministério do Comércio.

A Nvidia não quis comentar.

A Apple não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por e-mail fora do horário comercial.

A fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing também não respondeu imediatamente ao pedido de entrevista.

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