A Colômbia lançou oficialmente na segunda-feira (7) o Bre-B, seu sistema de pagamentos instantâneos inspirado no Pix do Brasil. Mais de 32 milhões de pessoas já se registraram para usar a novidade, o que representa 76% da população adulta do país.

O sistema foi desenvolvido pelo Banco de la República (equivalente ao Banco Central do Brasil) em parceria com o setor privado. Há até participação brasileira no projeto: a fintech Ebanx, com sede em Curitiba (PR), foi convidada a integrar o Comitê Interdisciplinar de Pagamentos Interoperáveis, que assessorou as autoridades colombianas na construção do Bre-B.

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“O maior desafio do banco central era garantir uma operação padronizada e universal em diferentes sistemas”, disse Eduardo de Abreu, VP de Produto da Ebanx, em comunicado à imprensa.

O Bre-B segue o mesmo modelo do “irmão brasileiro” no quesito transação. A pessoa usa chaves – chamadas de “llaves” em espanhol – para enviar dinheiro de uma conta para outra. Essas chaves podem ser número de celular, e-mail, documento ou um código alfanumérico. Uma mesma conta pode ter várias chaves diferentes. Até agora, já foram emitidas mais de 80 milhões de llaves no sistema colombiano, segundo o Ebanx.

O processo é muito parecido com o Pix brasileiro. Dentro do aplicativo do banco, fintech ou carteira digital, basta digitar a chave Bre-B da pessoa ou comércio que vai receber o valor. O recebedor precisa ter uma chave cadastrada. Também é possível fazer pagamentos usando QR codes.

Aqui há uma diferença em relação ao Brasil. Enquanto no Pix o limite depende da instituição financeira, na Colômbia o Banco de la República definiu um teto máximo de 1.000 UVB (Unidades de Valor Básico) por transação, o equivalente a cerca de R$ 15 mil (cotação de setembro de 2025). Cada banco ou fintech poderá, no entanto, estabelecer valores menores ou adotar medidas extras de segurança.

Sim. Assim como no Brasil e também no mercado de criptomoedas, o Bre-B permite realizar transferências e pagamentos 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.

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Por enquanto, sim. As transferências são gratuitas para pessoas físicas, mas apenas nos três primeiros anos de funcionamento. A partir do quarto ano, haverá uma tarifa simbólica: 3,23 pesos por parte da transação, totalizando 6,46 pesos (menos de um centavo). A comparação é favorável: alguns dos maiores bancos da Colômbia chegam a cobrar 7.980 pesos (cerca de R$ 11) por transferências entre instituições diferentes.

Sim. Além de transferências entre pessoas, o Bre-B também pode ser usado em pagamentos no varejo. Assim como no Pix, o valor cai em tempo real, no momento da confirmação do pagamento.

O dinheiro em espécie ainda é o principal método de pagamento na América Latina e na Colômbia. No país vizinho do Brasil, entre 8 e 10 transações são feitas em dinheiro, disse Ana María Prieto, que supervisionou a criação do Bre-B. 

O lançamento da nova plataforma no país, no entanto, quer mudar o cenário, assim como ocorreu no Brasil. Pesquisa divulgada ano passado pelo Banco Central mostrou que o Pix é usado por 76,4% dos brasileiros. O dinheiro em espécie aparece em terceiro lugar, utilizado por 69,1% da população. 

A economia digital da Colômbia cresce a uma taxa média de dois dígitos nos últimos seis anos e a expectativa é que ultrapasse US$ 52 bilhões em 2025, ocupando o terceiro lugar na América Latina, atrás apenas Brasil e do México, segundo dados da Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI) obtidos pela fintech Ebanx. 

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Jornalista com mais de 10 anos de experiência na cobertura de criptomoedas, investimentos e economia. Já colaborou com InfoMoney, UOL, Gazeta do Povo, Portal do Bitcoin, entre outros.

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