Saúde mental entre jovens é uma preocupação crescente, com muitos lidando silenciosamente com desafios emocionais. É crucial criar ambientes de suporte e discussão tanto nas escolas quanto em casa.

Muitos jovens enfrentam desafios emocionais, recorrendo a comportamentos autolesivos para lidar com o sofrimento psicológico. Infelizmente, essa prática não se limita a uma minoria. Em países como o Brasil, pesquisas recentes apontam para um aumento significativo nos casos, especialmente em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, o que reforça a necessidade de atenção e políticas públicas específicas. A psicóloga Tânia Gaspar alertou recentemente para o aumento dos comportamentos autolesivos entre os jovens e defendeu que as mortes de dois alunos em Viseu devem servir para se falar mais abertamente sobre sofrimento psicológico e saúde mental, ressaltando a importância de não silenciar questões tão delicadas.

Segundo Tânia Gaspar, um dos grandes desafios é o estigma ainda associado ao sofrimento psicológico: “Os jovens muitas vezes sentem vergonha ou receio de partilhar emoções negativas, porque temem julgamentos. É essencial criar ambientes com confiança, onde haja espaço para escuta ativa, sem tabus ou preconceitos”, afirma a psicóloga. Ela também destaca que “há um défice de estratégias de coping (lidar com a adversidade) ensinadas durante a infância e adolescência, o que pode contribuir para comportamentos de risco.”

A falta de espaços seguros nas escolas dificulta que os jovens expressem seus sentimentos. O apoio social deficiente contribui para a sensação de isolamento. Iniciativas como as implementadas pelo Ministério da Educação têm buscado estimular a inclusão de programas de escuta ativa e mediação de conflitos, mas ainda há desafios a superar para que se tornem realidade em todo o país.

Para Tânia Gaspar, “as escolas devem ser preparadas para identificar sinais de sofrimento psicológico e apoiar os alunos, não apenas através de intervenção profissional, mas promovendo a literacia emocional desde cedo”. Ela salienta ainda a necessidade de formar professores para lidarem com questões emocionais, não apenas conteúdos curriculares.

Comunicar sobre saúde mental deve ser feito com responsabilidade para evitar alarmismo. Relatos inadequados podem gerar preocupações excessivas em pais e educadores. Em portais como o Portal da Saúde e o Unicef Brasil, recomenda-se compartilhar informações baseadas em evidências, ajudando a combater preconceitos e a orientar famílias na busca por ajuda profissional quando necessário.

Como observa Tânia Gaspar, “Falar sobre saúde mental precisa ser feito com cuidado, evitando sensacionalismo, mas também sem medo de abordar temas difíceis. O diálogo aberto pode salvar vidas.”

As escolas são fundamentais para criar espaços de conversa sobre emoções e relacionamentos. A prevenção começa com a educação e a interação aberta. Em 2023, algumas escolas do Distrito Federal aderiram ao programa Saúde na Escola, promovendo rodas de conversa, palestras de psicólogos e parcerias com plataformas online de saúde emocional.

De acordo com Tânia Gaspar, “a prevenção é sempre o melhor caminho. Quanto mais cedo falarmos sobre emoções e ensinarmos competências socioemocionais, menores serão os riscos de problemas graves na juventude”.

Famílias devem estar atentas e informadas, criando ambientes onde as crianças se sintam seguras para se expressar. Grupos de apoio e diálogo podem ser benéficos. Em cidades como Belo Horizonte e Curitiba, surgem iniciativas comunitárias integrando pais, psicólogos e escolas para fortalecer a rede de suporte social.

Tânia Gaspar orienta que os pais procurem oportunidades de diálogo genuíno e estejam disponíveis para escutar: “Mais importante do que dar conselhos é ouvir e acolher, permitindo que os jovens se sintam compreendidos e apoiados em suas dificuldades.”

Atenção aos sinais como isolamento ou mudança no comportamento habitual dos jovens. A intervenção precoce pode prevenir crises. Plataformas digitais especializadas, como o CVV – Centro de Valorização da Vida, podem ser aliadas importantes para orientação e escuta ativa.

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