A população do Brasil pode começar a diminuir já na próxima década, ante a expectativa de que isso aconteça a partir de 2042. As análises são baseadas nos dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, que revelam uma queda recorde da natalidade entre 2023 e 2024 de 5,8%. Esse percentual é o maior desde os anos 1990. O demógrafo José Eustáquio explica que a queda da fecundidade está sendo acelerada, o que pode levar ao envelhecimento da população brasileira antes do previsto. Outros fatores como a redução da maternidade na adolescência e o adiamento da maternidade estão sendo considerados como possíveis contribuições para a queda da natalidade. A diminuição da população vai impactar negativamente a economia, a saúde pública e a expectativa de vida, além de agravar a questão das aposentadorias. Esse cenário faz com que os especialistas preocupem-se com as perspectivas de desenvolvimento social e econômico do Brasil.
O processo de envelhecimento populacional do Brasil é um fenômeno que vem ocorrendo de forma gradativa. Com a população brasileira que passa a maior parte de sua idade na faixa etária economicamente ativa (entre 15 e 54 anos), o País ganhou um chamado bônus demográfico. Este bônus ocorreu quando a população brasileira era mais jovem e, consequentemente, os jovens adultos tinham mais oportunidades de trabalhos, educação, emprego e desenvolvimento. A população brasileira está entrando gradualmente na terceira idade (mais de 55 anos), devido à queda da natalidade e à maior expectativa de vida. A população brasileira está mudando e se esfriando, e isso é um sinal grave de que o país está enfrentando desafios na área demográfica.
Alguns números da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam a queda da natalidade. De acordo com os novos dados, a natalidade baixou de 18,3 para 17,3 por mil habitantes no intervalo de dois anos. Esse declínio de 2,5% é o maior desde a década de noventa. A fecundidade, o número de filhos que uma mulher tem em sua vida, segue em descida há mais de dez anos. Esse movimento de redução acelerada da fecundidade, combinado com o declínio de novas mães em idade reprodutiva, indica que a natalidade pode continuar caindo rapidamente. O demógrafo José Eustáquio afirma que a população brasileira encolherá antes de 2042, talvez na próxima década. Além disso, estudos revelaram uma taxa de 4,9 filhos por mulher. Esse número baixou de 5,3 em 1970, para o número atual, e se aproxima da taxa de substituição natural de 2,1 filhos por mulher, necessária para manter uma população constante.
Com a diminuição da população, o Brasil pode enfrentar problemas significativos para sustentar a economia. O fato da maior parte da população trabalhar e contribuir com o sistema de aposentadoria, pode levar também às consequências negativas de um número menor de contribuintes. Com a diminuição da população, também haverá um menor consumo de produtos, o que pode prejudicar a economia. Além disso, o déficit populacional pode levar a uma diminuição na oferta de trabalhadores com menos idade e menor experiência. A diminuição da população é um problema complexo e requer uma reflexão séria. As implicações do envelhecimento e encolhimento da população brasileira precisam ser estudadas e discutidas. Essa discussão deve ser conduzida por especialistas e formuladores de políticas públicas, e por isso é importante ouvir essas análises para melhor enfrentar os desafios do futuro.
