O diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Stephen Miran afirmou que manter a política monetária “desnecessariamente restritiva” pode levar à perda de empregos. Em discurso preparado para evento da Universidade de Columbia, Miran defendeu que os preços estão estáveis após um surto de inflação pós-pandemia e que a política monetária deve refletir isso. Ele sugeriu que um ritmo mais acelerado de flexibilização das políticas monetárias aproximaria o BC dos EUA de uma posição neutra.
A declaração de Miran reflete uma preocupação com o impacto da política monetária no mercado de trabalho. Ele votou por uma redução de 50 pontos-base na reunião de dezembro, indicando uma visão mais acomodatícia. O diretor do Fed destacou que as famílias americanas ainda estão angustiadas com a experiência de inflação e insatisfeitas com a acessibilidade à moradia, mas que os preços agora estão novamente estáveis, ainda que em patamares mais altos. Miran também ressaltou que os atuais índices elevados de inflação imobiliária são um reflexo de desequilíbrios anteriores, e não atuais, entre oferta e demanda na economia.
Miran prevê uma queda mais acentuada da inflação PCE no setor imobiliário e pondera que, se excluídos os números deste segmento e considerados outros fatores do mercado, a inflação subjacente ficaria abaixo de 2,3%, dentro da “margem de erro da meta”. Ele também mencionou que as evidências de que a política tarifária coincide com o aumento dos preços dos bens essenciais “são contraditórias”. Inflação e política monetária são temas críticos para a economia norte-americana, e as declarações de Miran podem influenciar as expectativas do mercado. A política do Fed tem sido monitorada de perto por investidores e analistas, que buscam sinais sobre a trajetória futura da economia.
As declarações de Miran ocorrem em um contexto de debate sobre a política monetária nos EUA. O Fed tem buscado controlar a inflação, mas também precisa considerar o impacto de suas decisões no mercado de trabalho e no crescimento econômico. A questão é como equilibrar esses objetivos, e as declarações de Miran sugerem que ele está defendendo uma abordagem mais acomodatícia.
