Os mirtilos são frequentemente vistos como um superalimento devido aos seus benefícios à saúde, mas recentes descobertas sobre resíduos de pesticidas neles estão gerando preocupações. Estudos recentes revelaram a presença de substâncias tóxicas em frutas vendidas em supermercados australianos.

Pesquisas indicam que mirtilos vendidos em supermercados continham níveis alarmantes de dimetoato, um pesticida neurotóxico. Isso levanta preocupações sobre a quantidade segura que pode ser consumida diariamente, especialmente por crianças. Segundo dados do Departamento de Saúde da Austrália, o monitoramento intensivo dessa substância se tornou cada vez mais necessário para garantir a segurança alimentar local. A especialista Kirsten Benkendorff, professora de ciências marinhas da Southern Cross University, ressalta que os impactos dos pesticidas não se limitam à saúde humana, mas também podem comprometer os ecossistemas aquáticos, caso tais substâncias alcancem rios e oceanos próximos às áreas de cultivo.

O dimetoato é conhecido por ser tóxico para o sistema nervoso humano. Crianças pequenas podem atingir seu limite diário aceitável consumindo uma pequena quantidade de mirtilos contaminados, alerta a Organização Mundial da Saúde. Os sintomas de exposição a pesticidas incluem dores de cabeça, náusea e alterações cognitivas de longo prazo.

Além do dimetoato, foi encontrada a presença do tiometon, um inseticida ilegal na Austrália desde 2001. Isso nos leva a questionar como tais substâncias estão contaminando os alimentos, mesmo aqueles rotulados como orgânicos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária também ressaltou a importância de rastreabilidade nesses casos.

Autoridade Australiana de Pesticidas e Medicamentos Veterinários iniciou uma revisão do uso do dimetoato em mirtilos, após novos dados indicarem um aumento significativo no consumo de frutas no país. O setor produtivo propôs parcerias com laboratórios independentes para reforçar a credibilidade dos produtos ofertados nos supermercados. De acordo com Kirsten Benkendorff, parcerias entre universidades, setor produtivo e órgãos reguladores podem contribuir para o desenvolvimento de métodos mais eficazes de detecção e redução de resíduos de pesticidas.

Dado o cenário atual, é fundamental que os consumidores estejam informados sobre a origem de seus alimentos. A presença de químicos ilegais envia um sinal de alerta para reguladores e consumidores atentos à segurança alimentar. Algumas redes, como a Coles e a Woolworths, já anunciaram que vão reforçar as auditorias em seus fornecedores.

A implementação de novas diretrizes nas áreas de cultivo de mirtilos está em discussão para garantir a segurança alimentar e proteção do meio ambiente, à medida que comunidades locais expressam suas preocupações. A introdução de tecnologia, como os sensores da AgTech Solutions, promete avanços no monitoramento do uso de pesticidas. Kirsten Benkendorff sugere que o acompanhamento ambiental nas áreas de cultivo seja ampliado, incluindo testes regulares em águas subterrâneas, solos e organismos marinhos para mitigar riscos amplos à biodiversidade.

Os recentes estudos sobre resíduos de pesticidas em mirtilos destacam a necessidade de uma supervisão mais rigorosa e testes regulares para proteger os consumidores. O relatório publicado em junho de 2024 pela Universidade de Sydney aponta que a transparência das práticas agrícolas será chave para restaurar a confiança dos consumidores.

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