O mercado de benefícios no Brasil está passando por uma transformação significativa com a implementação de novas regras. O governo estabeleceu um limite de 3,6% para as taxas que as operadoras de benefícios podem cobrar dos estabelecimentos, como restaurantes e supermercados, e de 2% para a tarifa de intercâmbio cobrada pelas bandeiras, como Mastercard e Visa. Isso visa combater o oligopólio no setor, onde quatro grandes empresas, Alelo, VR, Ticket e Pluxee, dominam cerca de 80% da receita de um mercado que movimenta mais de R$ 150 bilhões por ano. Com essas mudanças, os cartões de benefícios, conhecidos como vouchers de vale-refeição, passarão a ser aceitos em qualquer máquina de estabelecimentos cadastrados.
A mudança para um sistema de arranjo aberto deve estimular a concorrência no setor, trazendo mais opções para os consumidores e estabelecimentos. Atualmente, a taxa média cobrada de 7% está bem acima do limite estabelecido, o que faz com que cerca de 74% dos estabelecimentos não aceitem esses vouchers. A Fazenda estima que a medida ampliará a aceitação desses cartões para 1,82 milhão de estabelecimentos, além de gerar uma economia anual de R$ 7,9 bilhões aos consumidores. Isso ocorre porque a redução da taxa diminui o custo do estabelecimento, o que poderia abrir caminho para uma possível queda nos preços dos alimentos. A inflação, que tem sido uma preocupação para os consumidores, pode ser amenizada com essa mudança.
As novas regras foram bem recebidas pelas empresas que já operam por meio do arranjo aberto, muitas delas em parcerias com Mastercard ou Visa. Essas empresas, conhecidas como “novatas” do setor, veem a mudança como uma oportunidade para crescer e expandir suas operações. Já as empresas dominantes, chamadas de “incumbentes”, terão que se adaptar ao novo sistema e competir com as novas entrantes. A taxa de intercâmbio e a taxa de benefício são dois conceitos importantes nesse contexto, pois afetam diretamente a receita das operadoras de benefícios e a aceitação dos vouchers pelos estabelecimentos.
A economia brasileira, que tem enfrentado um cenário de juros altos e inflação, pode se beneficiar dessa mudança. A concorrência aumentada no mercado de benefícios pode trazer mais opções e menores preços para os consumidores, o que pode ajudar a impulsionar o emprego e a economia como um todo. Além disso, a mudança pode trazer mais transparência e eficiência ao setor, o que é positivo para os consumidores e estabelecimentos.
