A polícia israelense invadiu a agência da ONU para refugiados palestinos em Jerusalém Oriental, hasteando a bandeira de Israel no local. A ação foi justificada por autoridades israelenses como uma medida para cobrar impostos não pagos, no valor de 11 milhões de shekels (US$ 3,4 milhões), mas a agência da ONU, conhecida como UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina), considera a ação uma violação do direito internacional. A UNRWA havia sido ordenada a desocupar todas as suas instalações e encerrar suas operações em Israel, mas considera que o complexo em Jerusalém Oriental continua sendo uma instalação das Nações Unidas, inviolável e imune a interferências.
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A UNRWA é uma agência da ONU criada para fornecer assistência aos refugiados palestinos, e Israel tem questionado sua imparcialidade. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente a ação da polícia israelense, afirmando que o complexo da UNRWA é inviolável e imune a qualquer forma de interferência. Guterres pediu a Israel que tome imediatamente medidas para restaurar e preservar a inviolabilidade das instalações da UNRWA. O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, considerou que a ação de Israel poderia criar um precedente perigoso para a presença da ONU em outros lugares do mundo.
A questão envolve uma disputa sobre impostos não pagos e a interpretação de acordos internacionais que regem a presença da ONU em Israel. A UNRWA afirma que não tem dívidas com o município de Jerusalém e que a ação de Israel é uma violação de suas obrigações como signatário de uma convenção da ONU. O município de Jerusalém afirma que a dívida é substancial e que foram dados repetidos avisos e oportunidades para quitá-la. A ação da polícia israelense também levanta preocupações sobre as consequências práticas para a assistência aos refugiados palestinos e a presença da ONU na região.
A situação pode ter implicações mais amplas para as relações entre Israel e a ONU, bem como para a assistência aos refugiados palestinos. A UNRWA necessita de US$ 23 bilhões para financiar suas operações até 2026 e admite que milhões de pessoas podem ficar sem assistência se não receber os fundos necessários. A questão também pode afetar a percepção da comunidade internacional sobre a conduta de Israel em relação às instituições internacionais e ao direito internacional.
