Sinal de corte de juros pelo Fed anima mercados internacionais – mas Brasil não segue a festa
Nas últimas 72 horas, os mercados internacionais sofreram um alvoroço que não tinha relação direta com a expectativa de um aumento nos preços dos ativos ou mesmo de uma notícia positiva que motivasse os investidores a abrir as suas carteiras. De fato, o que chamou a atenção foi o discurso do presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, durante um encontro em Santiago, no Chile. Na falha que ele fez, Williams ponderou sobre a possibilidade de ajuste nos juros, o que causou um grande desconcerto no cenário dos bancos e instituições financeiras. Com isso, a ferramenta CME FedWatch, uma plataforma que acompanhara a perspectiva de mercado, mostrou um quadro completamente mudado em relação à semana anterior.
No começo da manhã, apenas 39% dos investidores apontaram como provável a possibilidade de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros. No entanto, logo após que Williams se pronunciou sobre as possibilidades de uma queda nos preços, essa probabilidade se tornou 70% e até o final do dia, subiu para 71,7%, deixando claro que os investidores tinham esperanças de uma redução nos juros. O mercado respondeu com um levantamento nas bolsas americanas, que é algo que não era de se esperar, considerando a situação que estava sendo experimentada nos últimos dias. As expectativas de redução nos juros geraram mais alegria em relação à melhoria futura da economia, que por sua vez fez os investidores acreditarem que outras oportunidades poderiam oferecer bons ganhos, e não apenas as empresas da área tecnológica, como muitos haviam imaginado antes. E, com certeza, o grande sucesso das principais empresas de inteligência artificial não era a única atração. A Nvidia, uma das maiores empresas de tecnologia, divulgou um lucro acima das metas financeiras do período. No entanto, essa boa notícia foi insuficiente para mudar a opinião dos investidores em relação aos preços das ações. A situação da bolha nos papéis de tecnologia ainda continua a ser tema de preocupação. Ao mesmo tempo, a sinalização do Fed em relação ao ajuste nos juros aumentaram as expectativas de melhoria na economia americana. O resultado disso foi a alta das bolsas em Nova York. O índice S&P 500 fechou 0,98% a R$ 6.602,96, enquanto a Nasdaq ficou 0,88% para R$ 22.273,08. Mas nem tudo estava bem em termos de mercado em todo o mundo. Em oposição ao movimento do mercado de ações de Nova York, o índice Ibovespa fechou no vermelho. O mercado em São Paulo foi o único que não seguiu a festa daqueles dias de alta nos preços das bolsas americanas.